quarta-feira, 9 de julho de 2008

O limite entre as máscaras, interpretação e insanidade...







Um Louco em Desespero

Ai de mim! O que escrevi na mesa e na parede,
Com meu coração de louco, com minha mão de louco,
Devia decorar para mim mesa e parede?...

Mas vocês dizem: “As mãos de louco rabiscam,
É preciso limpar a mesa e a parede
Até que o último traço tenha desaparecido!”

Permitam! Vou dar-lhes uma pequena mão –
Aprendi a utilizar a esponja e a vassoura,
Como crítico e como homem de trabalho.

Mas quando o trabalho estiver findo,
Gostarei muito de vê-los, supersábios que vocês são,
Mesa e parede de sua sabedoria, sujas...

NIETZSCHE, a gaia ciência, p. 275

Intimidade _ um elogio ao ser e à solidão

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...o desvelamento da intimidade como fuga à coerção social e busca individual
A busca pela sublimação pretendida e o alcance de ir "alto e além", o super-homem, leva a discussão da intimidade e a cognição dela em relação ao ser.
A intimidade traz consigo uma particularidade do anseio humano. A necessidade do momento íntimo se mostra presente desde o surgimento da sociedade.
Hoje como é concebida a intimidade, só se deu ao longo de transformações históricas, passando a assumir diferentes aspectos para diferentes contextos. E ela liga-se ao fato de negar a forma como era vista a privatividade pelos gregos e romanos, como privação dos desejos impulsos próprios do comportamento humano, exatamente aquilo que o presente trabalho se propõe a combater.

O espaço da vivência social, do lazer e do convívio se fecha em torno da moradia. A negação da exposição social fez com que ele invertesse sua posição e passasse para o fundo do lote. Essa é a “descoberta” da intimidade, onde “a esfera pública tornou-se um fardo a ser negado[1]”.

[1] DUDEQUE, 2000, p.81