segunda-feira, 20 de setembro de 2010

"Dispersão" e "Fragmentação": uma visão de Josep Maria Montaner


Claro que Josep Maria Montaner sempre foi uma excelente referência p/ mim...
Seus textos sobre arquitetura, sobre as subjetividades adjacentes a ela, sobre a sensibilidade
de leitura desejável ao arquiteto...



Recentemente, lendo seu livro "Sistemas arquitectónicos contemporáneos", me chamou a atenção um texto onde ele traz Lacan como referência para se entender a postura fragmentária e dispersa
recorrente nas obras de alguns arquitetos contemporâneos. Mais interessante ainda foi a forma sistematizada que ele apresentou (e enquadrada, mas quanto a isso ainda estou um pouco reticente) em sua obra essas "fragmentações":

- as estratégias de séries de fragmentos tomados a semelhança de instalações artísticas;
- a montagem, com sua origem no cinema;
- a colagem de fragmentos heterogêneos, inaugurado por cubistas, dadaístas e surrealistas, (que aliás, acho muito pertinente a reflexão proposta nesses momentos inaugurados por esses artistas e suas obras)
- a sobreposição, o amontoamento de fragmentos em um "megaobjeto";
- os complexos polifuncionais;
- a dispersão de objetos segregados e ilhados.

Montaner ilustra sua proposta de entendimento desses "tipos"de fragmentações a partir de leituras projetuais, que pretendo apresentar posteriormente aqui.

Mas claro, que ainda não me satisfez esse entendimento cheio de "racionalidades" e "enquadramentos"para discutir "dispersão" e "fragmentação" em arquitetura, em uma arquitetura que pretende ser o todo pelas partes.