2. pesquisar. desarraigar. revolver as pedras. arar um campo. desbravar arrancar
mudar a ordem das coisas
tomar decisões
atravessar
transgredir, trespassar. cruzar as linhas. obstruir as vias
lutar. defensivamente ou agressivamente
L.B.
...às vezes, tudo que isso significa, é que em algum momento será necessário
renunciar ao forjado controle totalitário de idas e vindas, será necessário e inevitável
deixar envolver-se... abrir-se não será mais uma escolha.
domingo, 22 de abril de 2012
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
poucas certezas e uma grande paixão > essa pesquisa, que é um pouco minha, e de tantas
outras pessoas queridas que foram e têm sido fundamentais nesse trajeto, ora poético, ora penoso,
ora brilhante, ora desafiador, ora complexo, ora majestoso, ora apaixonante...
...cheio de lindos encontros e entrecruzamentos, de almas, de vidas,
de diálogos, de tudo que pode emergir de um
universo plural e rico...
... e assim eu sigo, apaixonada por tantas faces de uma mesma coisa, viver!
...entre mundos, entre realidades, entre olhares!
sábado, 29 de outubro de 2011
estrangeirismos...
sentir-se estrangeiro não parece se tratar de uma condição banal...
para quaisquer vivências e companhias...
antes disso, relaciona-se mais com uma aproximação outra,
uma condição de troca que se diferencia do que é tido como comum...
uma condição de troca entre imprevisibilidades...entre situações e pessoas
que um período breve de contato não permite apreender... que de sua aparente
efemeridade, tem muito pouco...
o desejo de permanecer um pouco mais entre "eles" não deixa de flertar
com olhares curiosos que nascem dos contatos primeiros...
eu gosto mesmo de imaginar, quanto de tanta vida pode haver lá fora,
em lugares que uma mente livre não é capaz de vislumbrar...
o quanto de mim mesma não está espalhado por aí, entre territórios...
segunda-feira, 9 de maio de 2011
passage et le débordement...
Às vezes, e eu insisto, somente às vezes MESMO [!], despretenciosos comentários
resultam em grandes coisas.
Foi assim que finalmente consegui criar ânimo [talvez coragem nesse caso seja sinônimo] para
iniciar um modesto relato de algumas impressões [estritamente pessoais] de paisagens, pessoas, vivências...
Claro, ainda no meu moleskine...
Quando se carrega algumas idealizações acerca de uma determinada cidade, as chances
dela diluir-se em certa desilusão são bem prováveis. Mas com um pouco de superação [e isso
não exclui a esfera pessoal], é possível permitir-se aproximações inesperadas, e despedidas
mais doces...
...(continua)
outra ____________ fundamental...[?]
No fim das contas,
acho mesmo [juro, é sério]
que Simmel vai mudar minha vida...rs...
Se não tanto, pelo menos alguns rumos em minha
pesquisa....Ah, isso vai!
Se eu penso então a Modernidade sob o olhar de Marx, Webber
e Simmel, me proponho então a pensar no estatuto do indivíduo,
e no entendimento das partes no processo.
A possibilidade de apontar um confrontamento fundamental do indivíduo
frente o meio social, nos faz refletir sobre um embate pela conservação
de suas peculiaridades frente as coerções sociais que o circundam.
Se no séc. XVII, especulava-se sobre um homem que buscava fugir do todo
e da homogeneidade predominante do coletivo, falava-se em idéias liberalistas,
e basicamente em um "individualismo" que remete ao seu aspecto universal,
distinto essencialmente do qual percebemos e estudamos hoje.
O séc. XIX traz novos paradigmas para pensar a esfera do indivíduo. Tem-se
dicotomias como: massificaçãoxespecialização; sujeitoxindivíduo...
E a distinção se dá de forma muito mais enfática pelo viés do trabalho como divisor
social. A chamada "liberdade" anteriormente, torna-se quase que algo atrasado e
indiferente.
Mas o que se tem de semelhante em ambas situações, é o claro desejo
desse homem buscar fugir da homogeneização em relação aos demais,
uma "resistência do sujeito a ser nivelado e consumido em um mecanismo
técnico-social." [SIMMEL, 1903, p. 577]
Notem que nesse momento o que antes era referido como indivíduo, agora
se trata de "sujeito" e claro que não é um mero jogo de palavras. Simmel
se refere nesse momento ao indivíduo que se elabora, que já passa pela figuração,
que já não se coloca como indivíduo no todo, mas como aquele com presente subjetivação
de sua existência, portanto, o sujeito.
Na verdade, não pretende-se esgotar o tema, e menos grandes exposiçõea steóricas, apenas
almeja-se, nesse caso, delinear um entendimento teórico que permita confrotamento e questionamento
dentro da pesquisa, do indíviduo e seu ambiente.
[1] SIMMEL, G. As grandes cidades e a vida do espírito (1903).
In: Mana, n. 11, 2006, p. 577-592
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
possível constatação fundamental...
Pode ser que ao se trabalhar com comunidades, pessoas, memórias, olhares...
Pode ser que muito insistam na investigação mediada pela relação pesquisador-sujeito...
No entanto, hoje, em visita e entrevistas ao conjunto habitacional que se trata de um dos focos da
minha pesquisa de mestrado, entendi uma coisa da qual já havia falado antes, sem ter me dado conta
experiencialmente. O que importa são as pessoas.
Quando se deseja entender/estudar/pesquisar comunidades, pessoas, espaço... Pode ser que nesse caso se deva ter em mente principalmente: anseios, expectativas, frustações, histórias de vida, desejos, planos, desavenças...
Enfim, uma infinidade de aspectos que não são mensurados por metodologias estrturadas e etc, mas talvez possam ser levemente tocados quando o pesquisador se permite, não ser o distante pesquisador na comunidade, mas quando se permite vivenciá-la, olhá-la sem lentes, sem medos, receios, juízos...
Pode ser que quando temos certos conceitos ou pressupostos delineados, seja um difícil exercício de despojo livrar-se de todos eles, para que assim possamos ver única e claramente tudo que um universo de pessoas diversas pode mostrar/ensinar/etc.
Curioso, ao chegar na comunidade, esperava eu encontrar um cenário de desolamento, ao invés disso, havia vida ali, tímida? talvez...não sei [e não cabe a mim] precisar..Mas ela estava ali.
As ruas, passarelas, portas, tdo impregnado de vida, e o que mais ela traz, sem querer fazer de coisas trágicas poesia e beleza. Impregnava ali angústias também, morte, preconceitos...
Entender que possivelmente a troca não seja simplesmente mútua, mas os ganhos exponencialmente maiores do que a doação. É sobre isso que tenho pensado, me esforçado para entender, e ser...
Algumas palavras aqui e outras que guardo no moleskine, meus indefectíveis "diários de viagem"...rs...
Sendo escritos sem pressa, sem precisão, sem cautela...sem pretensão, apenas meus diários!
domingo, 28 de novembro de 2010
limites?paradigmas?
Quando me proponho a pensar os entrecruzamentos entre arquitetura e artes visuais...
Bom, é o começo de uma grande, desejável e fértil "confusão"...
Sempre me coloco a discutir esse entranhamento da arte com a espacialidade...o transbordamento do plano bidimensional, para o tridimensional...os novos paradigmas que se colocaram na arte a partir desse processo.
Em que momento e quais os limites...podem desenhar e averiguar...se foi a arte que se apropriou da espacialidade arquitetônica, ou se foi a Arquitetura que se empossou das experiências sinestésicas propostas nas artes, a subjetividade contida, o desejo de subversão?
Como confrontar os limitantes entre um e outro? Seria isso possível?
Sinceramente, não me proponho a encontrar respostas, até por acreditar que elas não existam...
Mas o verdadeiro exercício está em discutir, em propor questionamentos e reflexões do estatuto da arte e arquitetura contemporâneas...onde elas se inserem? A ampliação do sentido de cada termo utilizado, para dar conta da nova realidade, da nova prática, e novas perspectivas de atuação e abrangência.
Quando deparei-me com a Merzbau, de Kurt Schwitters, tive a plena sensação de olhar para um aparato arquitetônico, pensei: "Isso é arquitetura"...a priori...
No momento seguinte, comecei a me questionar, se então não poderia ser o inverso...
O anseio por experiências, por registro do processo, por acúmulo de objetos, significados e significantes, na construção de um espaço que ao mesmo tempo que se constituía como um aparato para possíveis vivências, experiências sinestésicas e reflexivas, poderia ser também um discurso narrativo anunciando novos paradigmas da arte-arquitetura que estava por vir...
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
O que também eu não sei... E quem o sabe?
Jimmie Durham, 2007
Artist poster made for the exhibition Commitment
at Cultuurcentrum Strombeek & Cultuurcentrum Mechelen.
Disponível em: http://www.paris-la.com/date/2009/04/page/2
Acesso em: 29 out. 2010
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
"Dispersão" e "Fragmentação": uma visão de Josep Maria Montaner
Claro que Josep Maria Montaner sempre foi uma excelente referência p/ mim...
Seus textos sobre arquitetura, sobre as subjetividades adjacentes a ela, sobre a sensibilidade
de leitura desejável ao arquiteto...
Recentemente, lendo seu livro "Sistemas arquitectónicos contemporáneos", me chamou a atenção um texto onde ele traz Lacan como referência para se entender a postura fragmentária e dispersa
recorrente nas obras de alguns arquitetos contemporâneos. Mais interessante ainda foi a forma sistematizada que ele apresentou (e enquadrada, mas quanto a isso ainda estou um pouco reticente) em sua obra essas "fragmentações":
- as estratégias de séries de fragmentos tomados a semelhança de instalações artísticas;
- a montagem, com sua origem no cinema;
- a colagem de fragmentos heterogêneos, inaugurado por cubistas, dadaístas e surrealistas, (que aliás, acho muito pertinente a reflexão proposta nesses momentos inaugurados por esses artistas e suas obras)
- a sobreposição, o amontoamento de fragmentos em um "megaobjeto";
- os complexos polifuncionais;
- a dispersão de objetos segregados e ilhados.
Montaner ilustra sua proposta de entendimento desses "tipos"de fragmentações a partir de leituras projetuais, que pretendo apresentar posteriormente aqui.
Mas claro, que ainda não me satisfez esse entendimento cheio de "racionalidades" e "enquadramentos"para discutir "dispersão" e "fragmentação" em arquitetura, em uma arquitetura que pretende ser o todo pelas partes.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
diversidade? identidade?
Quase sempre um enorme esforço para repensar e reconstruir conceitos...
A diversidade entra na pesquisa como linha balizadora de entendimentos da comunidade,
comportamento, modos de vida. Ali;as, como cerne de tais implicações e suas projeçoes no
espaço.
E convenhamos, sem ela [diversidade] muito pouco, ou quase nada, faria sentido de alguma maneira.
A poética que ela suscita na sua forma de apreender o espaço e seus elementos formadores.
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